As análises da concentração sanguínea de lactato e das trocas gasosas respiratórias são métodos tradicionalmente empregados para identificar a transição de produção de energia pelo metabolismo muscular. No entanto, mais recentemente, vem sendo sugerido método alternativo mediante análise da variabilidade da freqüência cardíaca. Pretendeu-se, com o presente estudo, estabelecer comparações entre o limiar de variabilidade da freqüência cardíaca (LiVFC) e o primeiro limiar ventilatório (LV1), em uma amostra de adolescentes. Para tanto, foram submetidos a teste de esforço físico de carga máxima em esteira ergométrica 41 sujeitos (22 rapazes e 19 moças) com idades entre 15 e 18 anos. O LV1 foi identificado mediante o equivalente ventilatório de oxigênio envolvendo recursos de ergoespirometria. A variabilidade da freqüência cardíaca foi analisada por intermédio dos intervalos R-R, através da plotagem de Poincaré, que oferece informações quanto ao desvio-padrão da variabilidade instantânea batimento-a-batimento (SD1), ao desvio-padrão a longo prazo de intervalos R-R contínuos (SD2) e à razão SD1/SD2. O LiVFC foi identificado pelo SD1 de acordo com três critérios: (1) diferenças entre o SD1 de dois estágios consecutivos menor que 1ms; (2) SD1 menor que 3ms; e (3) ocorrência de ambos os critérios em conjunto. Mediante análise dos resultados verificou-se que os intervalos R-R e SD2 diminuíram progressivamente a cada intervalo de 10% do VO2pico até o final do teste de esforço físico (0,05 < p < 0,01). O SD1 diminuiu significativamente desde 20% até 50% do VO2pico. A partir de 60% até o VO2pico o SD1 não apresentou diferenças significativas. A razão SD1/SD2 aumentou a partir de 60%. O LV1 ocorreu a 54,4 ± 8,8% do VO2pico enquanto o LiVFC, a 52,4 ± 12,5%, 57,0 ± 14,1% e 57,8 ± 13,8% do VO2 pico, para os critérios 1, 2 e 3, respectivamente. Não foram observadas diferenças estatísticas entre o LV1 e os três critérios utilizados para identificação do LiVFC. Observaram-se coeficientes de correlação momento-produto significativos entre o LiVFC identificado mediante os três critérios considerados e o LV1, quando foram utilizados os valores absolutos de VO2. Porém, não foram encontradas correlações estatísticas significativas entre o LiVFC e a identificação do LV1 expresso em proporção do VO2pico. Em assim sendo, concluiu-se que parece ser precipitado tentar empregar o LiVFC como método alternativo na identificação do LV1 de adolescentes.
The analysis of blood lactate concentration and pulmonary gas exchanges are methods traditionally employed to identify the transition in the muscle metabolism energy production. However, the analysis of heart rate variability has been recently suggested as an alternative method. The objective of the present study was to compare the heart rate variability threshold (HRVT) with the ventilatory threshold (VT) in a sample of adolescents. Forty-one subjects (22 boys and 19 girls) with age between 15 and 18 years were submitted to a maximal exercise test in a treadmill (modified Bruce protocol). The VT was identified using the ventilatory equivalent of oxygen by means of ergospirometry resources. The heart rate variability was analyzed from the R-R intervals, through the Poincaré plot, which provides information with regard to the standard deviation of the instantaneous beat-to-beat variability (SD1), the standard deviation of the long-term continuous R-R intervals (SD2) and the SD1/SD2 ratio. The HRVT was identified according to three criteria: (1) difference lower than 1 ms in the SD1 between two consecutive exercise levels; (2) SD1 lower than 3 ms; and (3) occurrence of both criteria simultaneously. Through the analysis of the results it was verified that the R-R intervals and the SD2 reduced progressively at each 10% interval of VO2peak until the end of the physical effort (0.05 < p < 0.01). The SD1 reduced significantly since 20% until 50% of VO2peak. From 60% until the VO2peak there was no significant difference in the SD1. The SD1/SD2 ratio began to increase at 60%. The VT occurred at 54.4 ± 8.8% of VO2peak, while the HRVT occurred at 52.4 ± 12.5%, 57.0 ± 14.1% and 57.8 ± 13.8% of VO2peak, for criteria 1, 2 and 3, respectively. No significant differences between the VT and the three criteria used for HRVT identification were observed. Significant product-moment correlation coefficients were found between the HRVT identified by the three criteria and the VT, when VO2 absolute values were analyzed. However, there was no statistically significant correlation between the HRVT and the VT when expressed in proportion of VO2peak. In short, it seems early to apply the HRVT as an alternative method in the adolescents VT identification.
El análisis de la concentración sanguínea de lactato y de los cambios gaseosos respiratorios son métodos tradicionalmente empleados para identificar la transición de la producción de energía por el metabolismo muscular. No en tanto, mas recientemente viene siendo sugerido como método alternativo mediante el análisis de la variabilidad de la frecuencia cardíaca. Se pretende con el presente estudio establecer comparaciones entre el umbral de variabilid de la frecuencia cardíaca (LiVFC) y el primero umbral ventilatorio (LV1) en una muestra de adolescentes. Para tanto, fueron sometidos a test de esfuerzo físico de carga máxima en cinta ergométrica 41 sujetos (22 varones e 19 chicas) con edades entre 15 y 18 años. El LV1 fué identificado mediante el equivalente ventilatorio de oxigeno envolviendo recursos de ergoespirometria. La variabilidad de la frecuencia cardíaca fué analizada por intermedio de los intérvalos R-R, a través de la fórmula de Poincaré que oferece informaciones en cuanto al desvío-padrón de la variabilidad instantánea pulso a pulso (SD1), al desvío-padrón a largo plazo de intérvalos R-R contínuos (SD2) y a razón SD1/SD2. El LiVFC fué identificado por el SD1 de acuerdo con tres criterios: (1) diferencias entre el SD1 de dos estadíos consecutivos menor que 1 ms; (2) SD1 menor que 3 ms; y (3) la ocurrencia de ambos de los criterios en conjunto. Mediante análisis de los resultados se verificó que los intervalos R-R y SD2 diminuiran progresivamente a cada intervalo de 10% do VO2pico hasta el final del test de esfuerzo físico (0,05 < p < 0,01). El SD1 diminuyó significativamente desde 20% hasta 50% del VO2pico. A partir de 60% hasta el VO2pico el SD1 no presentó diferencias significativas. La razón SD1/SD2 aumentó a partir de 60%. El LV1 ocurrió a 54,4 ± 8,8% del VO2pico en cuanto el LiVFC a 52,4 ± 12,5%, 57,0 ± 14,1% y 57,8 ± 13,8% del VO2pico, para los criterios 1, 2 e 3, respectivamente. No fueron observadas diferencias estatísticas entre el LV1 e los tres criterios utilizados para identificación del LiVFC. Se observaron coeficientes de correlación momento-produto significativos entre el LiVFC identificado mediante los tres criterios considerados y el LV1, cuando foram utilizados los valores absolutos de VO2. Por ello, no fueron encontradas correlaciones estadísticas significativas entre el LiVFC y la identificación del LV1 expresso en proporción del VO2pico. Siendo así que se concluye que parecería ser precipitado intentar emplear el LiVFC como método alternativo en la identificación del LV1 de los adolescentes.